Japão rejeita rever a sua polémica participação na guerra do Iraque
O Governo japonês rejeita rever a sua polémica participação na guerra do Iraque, disse hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros nipónico, Fumio Kishida, na véspera de se assinalarem dez anos sobre o início do conflito.
"Neste momento, nem o Governo, nem o Ministério dos Negócios Estrangeiros planeia analisar mais além", afirmou Kishida, citado pela agência Kyodo, em relação à decisão tomada pelo gabinete do então primeiro-ministro Junichiro Koizumi a pedido dos Estados Unidos, seu aliado.
O porta-voz do Executivo nipónico, Yoshihide Suga, disse hoje em conferência de imprensa que a revisão e análise da guerra do Iraque deverá ser feita por historiadores e especialistas, não pelo Governo.
A decisão de Koizumi de enviar tropas nipónicas para um país estrangeiro pela primeira vez desde o final da II Guerra Mundial dividiu a opinião pública do Japão, cuja Constituição estabelece a renúncia do país ao "uso da força como meio de resolver uma disputa internacional".
O Partido Liberal Democrata (PLD) de Koizumi aprovou, sem os votos da oposição, em dezembro de 2003, uma lei que permitiu o envio de um batalhão das Forças de Auto Defesa (Exército), chamado Grupo de Apoio e Reconstrução Japonês para o Iraque, para Samawah, no sul do Iraque, entre janeiro de 2004 e julho de 2006.
Um relatório da chancelaria publicado em dezembro do ano passado que analisou a tomada de decisões do Governo em 2003 considerou como "inevitável" o apoio dado aos Estados Unidos durante o conflito baseado na crença errónea de que o Iraque tinha armas de destruição maciça.
O relatório afirma que o Japão deve "aceitar solenemente" o facto de que não foram encontradas armas de destruição maciça no Iraque.
O documento foi publicado nos últimos dias do Governo do Partido Democrático, que em 2003 se opôs no Parlamento à decisão de Koizumi de enviar tropas ao Iraque.
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