Pode o melhor jogador do Brasil não ser um dos melhores do mundo?
Neymar é idolatrado no seu país, mas as exibições contra adversários mais fortes geram desconfiança.
A exibição de Neymar no jogo particular de anteontem entre o Brasil e a Inglaterra, em Wembley, reabriu o debate em torno daquele que, do outro lado do Atlântico, é considerado o melhor jogador brasileiro da actualidade, digno sucessor do "rei" Pelé e o grande trunfo da selecção "canarinha" para conquistar o ambicionado título mundial em 2014 mas que, na Europa, é visto por muitos como um futebolista sobrevalorizado.
Um comentário do internacional britânico Joey Barton, na rede social Twitter, pouco depois do final da partida que os ingleses venceram por 2-1 e em que Neymar esteve totalmente desinspirado, deu o mote. "[O Neymar] não joga na mesma rua de Messi ou Cristiano Ronaldo. Nunca daria os 40/50 milhões de libras [46 e 57 milhões de euros, respectivamente] que o Santos pede por ele", escreveu o jogador actualmente ao serviço do Marselha.
A tese defendida por muitos é a de que ficou, mais uma vez, provado que o jogador do Santos não consegue vencer uma marcação mais dura como a que foi feita pela defesa inglesa. "Neymar jogou contra Cahill e Smalling que, com todo o respeito, não são exactamente Baresi e Beckenbauer", afirmou ainda Barton.
E a verdade é que o Brasil de Neymar praticamente não vence nenhum adversário de alto nível há mais de dois anos (a excepção foi um triunfo num particular frente à Argentina, em 2011), ocupando um modesto 18.º lugar no ranking da FIFA, e o Santos, do craque brasileiro, foi derrotado pelo Barcelona na final do Mundial de clubes de 2011 em mais uma exibição apagadíssima do avançado.
Preso ao Santos até 2014
Isto tem levado a que haja cada vez mais vozes a defender que, se Neymar quiser provar que é mesmo um fora de série, terá que vir jogar para a Europa. Até no Brasil, onde inicialmente se elogiava a lealdade do jogador ao futebol do seu país, considerando as suas negas às propostas de transferência que chegavam de clubes do Velho Continente um sinal de pujança financeira do futebol brasileiro, as opiniões têm convergido nesse sentido.
"Se continuar a jogar no Santos contra equipas como o Bragantino e o Ituano, o rapaz de 21 anos nunca saberá como é enfrentar jogadores europeus", escreveu, por exemplo, o jornalista Robson Morelli no Estado de São Paulo.
E até Neymar parece começar a ficar sensível a estes argumentos. Apesar de 11 lucrativos contratos publicitários que levam o seu nome no Brasil a uma falange de fãs imensa, o avançado começa a olhar com outros olhos uma possível viagem para a Europa.
Numa entrevista concedida ontem à agência noticiosa alemã SID, Neymar começou por afirmar que ainda tem muito para aprender - "o meu jogo de cabeça, a minha técnica, a posse de bola"- e admitiu não estar ainda ao nível de jogadores como "Messi, Iniesta ou Ronaldo". A seguir, e menos de um mês depois de ter dito que ainda não era o momento para jogar na Europa, Neymar reabriu a porta. "O meu contrato com o Santos dura até 2014, mas irei decidir o meu futuro bem antes", respondeu, sem deixar de referir que isso seria a concretização de um sonho de criança.
Entre os clubes europeus que já mostraram interesse no jogador estão o Barcelona, o Real Madrid, o Paris-SG e o Manchester City, que ontem o jornal espanhol El Mundo Deportivo dizia estar disposto a passar uma espécie de cheque em branco para convencer o jogador e o Santos a aceitarem o negócio. Ainda segundo o mesmo jornal, os citizens, comprados em 2008 pelo Abu Dhabi United Group e um dos emblemas mais endinheirados do continente, teriam já acenado, há um ano, com uma verba de cerca de 60 milhões de euros para garantirem a contratação do atleta. Valor que teria sido rejeitado.
Os astros, contudo, parecem estar a alinhar-se no sentido de favorecerem a vinda para a Europa de Neymar. Talvez então o brasileiro passe a conhecer Joey Barton. É que quando lhe perguntaram o que tinha a dizer em relação aos comentários do inglês, o brasileiro respondeu: "Não sei quem é..."
Um comentário do internacional britânico Joey Barton, na rede social Twitter, pouco depois do final da partida que os ingleses venceram por 2-1 e em que Neymar esteve totalmente desinspirado, deu o mote. "[O Neymar] não joga na mesma rua de Messi ou Cristiano Ronaldo. Nunca daria os 40/50 milhões de libras [46 e 57 milhões de euros, respectivamente] que o Santos pede por ele", escreveu o jogador actualmente ao serviço do Marselha.
A tese defendida por muitos é a de que ficou, mais uma vez, provado que o jogador do Santos não consegue vencer uma marcação mais dura como a que foi feita pela defesa inglesa. "Neymar jogou contra Cahill e Smalling que, com todo o respeito, não são exactamente Baresi e Beckenbauer", afirmou ainda Barton.
E a verdade é que o Brasil de Neymar praticamente não vence nenhum adversário de alto nível há mais de dois anos (a excepção foi um triunfo num particular frente à Argentina, em 2011), ocupando um modesto 18.º lugar no ranking da FIFA, e o Santos, do craque brasileiro, foi derrotado pelo Barcelona na final do Mundial de clubes de 2011 em mais uma exibição apagadíssima do avançado.
Preso ao Santos até 2014
Isto tem levado a que haja cada vez mais vozes a defender que, se Neymar quiser provar que é mesmo um fora de série, terá que vir jogar para a Europa. Até no Brasil, onde inicialmente se elogiava a lealdade do jogador ao futebol do seu país, considerando as suas negas às propostas de transferência que chegavam de clubes do Velho Continente um sinal de pujança financeira do futebol brasileiro, as opiniões têm convergido nesse sentido.
"Se continuar a jogar no Santos contra equipas como o Bragantino e o Ituano, o rapaz de 21 anos nunca saberá como é enfrentar jogadores europeus", escreveu, por exemplo, o jornalista Robson Morelli no Estado de São Paulo.
E até Neymar parece começar a ficar sensível a estes argumentos. Apesar de 11 lucrativos contratos publicitários que levam o seu nome no Brasil a uma falange de fãs imensa, o avançado começa a olhar com outros olhos uma possível viagem para a Europa.
Numa entrevista concedida ontem à agência noticiosa alemã SID, Neymar começou por afirmar que ainda tem muito para aprender - "o meu jogo de cabeça, a minha técnica, a posse de bola"- e admitiu não estar ainda ao nível de jogadores como "Messi, Iniesta ou Ronaldo". A seguir, e menos de um mês depois de ter dito que ainda não era o momento para jogar na Europa, Neymar reabriu a porta. "O meu contrato com o Santos dura até 2014, mas irei decidir o meu futuro bem antes", respondeu, sem deixar de referir que isso seria a concretização de um sonho de criança.
Entre os clubes europeus que já mostraram interesse no jogador estão o Barcelona, o Real Madrid, o Paris-SG e o Manchester City, que ontem o jornal espanhol El Mundo Deportivo dizia estar disposto a passar uma espécie de cheque em branco para convencer o jogador e o Santos a aceitarem o negócio. Ainda segundo o mesmo jornal, os citizens, comprados em 2008 pelo Abu Dhabi United Group e um dos emblemas mais endinheirados do continente, teriam já acenado, há um ano, com uma verba de cerca de 60 milhões de euros para garantirem a contratação do atleta. Valor que teria sido rejeitado.
Os astros, contudo, parecem estar a alinhar-se no sentido de favorecerem a vinda para a Europa de Neymar. Talvez então o brasileiro passe a conhecer Joey Barton. É que quando lhe perguntaram o que tinha a dizer em relação aos comentários do inglês, o brasileiro respondeu: "Não sei quem é..."
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