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sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

08/02/2013 Manifestações e confrontos voltam às ruas da Tunísia


Manifestações e confrontos voltam às ruas da Tunísia

Manifestações e confrontos voltam às ruas da Tunísia
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Louafi Larbi/Reuters

A polícia recorreu ao gás lacrimogéneo para deter a fúria dos manifestantes em Tunes, capital da Tunísia, e na cidade mineira de Gafsa, no sul do país. Para amanhã, sexta-feira, está marcada uma greve geral convocada pelos sindicatos. É a primeira no país desde 1978.

Esta tarde uma esquadra de polícia foi atacada e destruída por centenas de jovens manifestantes em Tunes, que entraram de rompante no edifício e atiraram para a rua, pelas janelas, mesas, cadeiras e ficheiros, antes de fugir.

Os protestos nas ruas e dos sindicatos denunciam o assassínio de um líder da oposição de esquerda, Chokri Belaïd. Advogados e juízes de toda a Tunísia convocaram ainda eles próprios uma greve de dois dias e quatro grupos da oposição anunciaram o abandono da Assembleia Nacional.

Considerado por muitos defensor dos direitos humanos, Belaïd foi abatido a tiro quarta-feira, frente à sua casa.
Crítico feroz do governo, defensor dos direitos humanos e várias vezes ameaçado de morte, Belaïd foi abatido dentro do seu carro por desconhecidos que se puseram em fuga. Ninguém foi ainda detido pelo crime.
Os manifestantes acusam o partido islamita do governo, o Ennahda, de estar por trás do assassínio.

A proposta de dissolução do governo, feita quarta-feira à noite pelo primeiro ministro Hamdi Jebali para acalmar os tumultos desencadeados pela morte de Belaïd, foi entretanto recusada pelo Ennahda.

Os protestos não dão sinais de abrandar. Hoje, centenas de pessoas juntaram-se perto das barricadas que protegem o ministério do Interior, atirando pedras e cantando slogans exigindo a demissão de Jebali. 
Confrontos em Tunes e Gafsa
A polícia de Tunes tem estado a enviar reforços para outra zona da capital, na vizinhança da embaixada francesa, onde uma multidão está concentrada.

"A polícia continua a dispersar os manifestantes para longe da embaixada. Forças anti-motim perseguiram as pessoas nas alamedas em torno da embaixada", reportou a correspondente da Al Jazeera em Tunes.
A França fechou as suas escolas em Tunes, suspendendo as aulas na sexta-feira e no sábado.
Registaram-se igualmente confrontos na cidade mineira de Gafsa, no sul do país, entre manifestantes e as forças da ordem,  frente ao edifício do governador, de acordo com um jornalista da Agência France Presse.

Gafsa é um bastião dos partidos de esquerda da Tunísia e da Frente Popular que os agrupa e, esta quinta-feira, realizou um funeral simbólico de Belaïd, que acabou em violência.

Chokri Belaïd era um crítico feroz do governo de cariz fortemente islamita eleito em outubro de 2011, a quem acusava de nada fazer para deter islâmicos ultraconservadores que nos últimos meses atacavam tudo o que considerassem ofensivo do Islão, incluindo museus e exposições de arte.
Ameaças de morte
A família de Belaïd denunciou esta manhã as várias ameaças de morte que Chokri recebeu, sublinhando que ele escapou várias vezes à morte e que frequentemente não dormia em casa para escapar a eventuais atentados.

O funeral do líder da oposição deverá realizar-se apenas amanhã, o que deverá provocar novos distúrbios.

À Al Jazeera, Omar bin Ali, membro da União de Sindicatos Tunisina não teve dúvidas em apontar o dedo aos islamitas acusando-os do assassínio de Belaïd.

"Os islamitas foram responsáveis pela morte de Belaïd", afirmou. "Isto é o que estava a ser pedido nas mesquitas", acrescentou.

Quarta-feira, após a notícia do assassínio de Belaïd, as sedes do principal partido do poder, Ennahda, foram saqueadas e queimadas por manifestantes em fúria, apesar dos responsáveis do partido islamita rejeitarem qualquer responsabilidade na morte do líder da oposição. 
Dissolução recusada
Esta é a pior crise na Tunísia desde que a revolução que deu origem à Primavera Árabe há dois anos e revela profundas divisões não só entre o governo e a oposição mas também dentro do principal partido da coligação governamental.

O primeiro-ministro tunisino foi desautorizado pelo próprio partido, o Ennahda. A noite passada Jebali anunciou a dissolução do governo na sequência dos tumultos generalizados após a morte de Belaid, proponde instalar um executivo tecnocrata.

Esta manhã o Ennahda recusou a proposta. "O primeiro-ministro não perguntou a opinião do partido" explicou Abdelhamid Jelassi, vice-presidente do Ennahda's.

"Acreditamos que a Tunísia precisa de um governo político neste momento", acrescentou Jelassi, defendendo a continuação de diálogo com vista à formação de um governo de entendimento nacional.

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