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sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

08/02/2013 Líderes islâmicos proíbem excisão genital na Guiné-Bissau


Líderes islâmicos proíbem excisão genital na Guiné-Bissau

Metade da população feminina é afectada por prática ancestral. Fatwa pretende que essa seja abandonada.
Meninas são submetidas a prática ancestral PAULO RICCA/ARQUIVO
Líderes islâmicos guineenses pronunciaram esta quarta-feira, no parlamento do país, uma fatwa (um decreto religioso) proibindo a prática de excisão, que afecta cerca de 50% de raparigas e mulheres.
Cerca de 200 imãs vindos de todas as partes do país assistiram, no parlamento, à leitura da fatwa e declararam solenemente que, a partir de hoje, vão reforçar o apelo para o abandono da prática da excisão, por não ser uma recomendação do Islão.
“De facto, a excisão não está no Islão, e nos ensinamentos do profeta Maomé também não vimos nada disso, até porque as filhas do profeta, as filhas dos seus discípulos, não foram submetidas à excisão. Isto é um uso e costume de certas comunidades islâmicas”, declarou o imã Mamadu Aliu Djaló, da mesquita central de Bissau.
O imã Djaló, que é também o segundo vice-presidente do Conselho Superior dos Assuntos Islâmicos, defendeu que, com a adopção da fatwa, “todos os líderes religiosos islâmicos” guineenses “sabem que devem abandonar esta prática”.
O presidente do parlamento guineense, Ibraima Sory Djaló, que presidiu ao acto, declarou que se alcançou “um grande marco” no país com a adopção dafatwa, o que, disse, vai ao encontro da lei aprovada pelos deputados em 2011 criminalizando a prática.
“Esperamos agora que a lei seja respeitada, para que não seja necessário que se prendam pessoas por causa da excisão” na Guiné-Bissau, declarou Sori Djaló, apelando, contudo, para o reforço da divulgação da lei.
Para Fatumata Djau Baldé, presidente do Comité Nacional para o Abandono de Práticas Tradicionais Nefastas à Saúde da Mulher e da Criança, um consórcio de 18 ONG guineenses e estrangeiras, “hoje é um grande dia” na luta contra “a tragédia silenciosa que afecta cerca da metade das raparigas e mulheres” da Guiné-Bissau. “Hoje é um dia histórico. Não ganhámos a guerra contra a excisão, mas alcançámos uma grande conquista contra essa prática degradante para a saúde da mulher guineense”, disse Djau Baldé, emocionada.
O ministro da Saúde Pública guineense, Agostinho Cá, considerou o dia de hoje como sendo aquele em que se prestou um dos melhores serviços ao povo com a adopção da fatwa “pelos chefes religiosos” islâmicos, “proibindo uma prática secular” que se caracteriza pela submissão da mulher a situações “atentatórias da sua dignidade”.
Assistiram à leitura e adopção da fatwa, a primeira a ser pronunciada na Guiné-Bissau, elementos do corpo diplomático e o representante adjunto do secretário-geral das Nações Unidas, Gana Fofang, que é também o coordenador do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) no país.
A Mutilação Genital Feminina (sigla MGF), termo que descreve esse acto com maior exactidão, é vulgarmente conhecida por excisão feminina ou Circuncisão Feminina. É uma pratica realizada em vários países principalmente da África e da Ásia, que consiste na amputação do clitóris da mulher de modo a que esta não possa sentir prazer durante o acto sexual.
Embora acredita-se que esta prática seja muçulmana, em nada está fundamentada religiosamente, tendo em vista que os hadices em que tentam conectar a prática ao Islão são fracos, sendo assim, esta prática não é adotada nos países onde a sharia é fortemente estudada.
Esta prática não tem nada em comum com a Circuncisão Masculina. Segundo essa tradição, pais bem intencionados providenciam a remoção do clitóris das suas filhas pré-adolescentes, e até mesmo dos lábios vaginais. Há uma outra forma de mutilação genital chamada de infibulação, que consiste na costura dos lábios vaginais ou do clitóris.
A circuncisão feminina é um termo que se associa a um determinado número de práticas incidentes sobre os genitais femininos e que tem uma origem de ordem cultural e não de ordem medicinal. É uma prática muito frequente em certas partes da África e é realizada também na Península Arábica e em zonas da Ásia.

Um comentário:

  1. O próprio maomé fez a mutilação genital feminina, a mutilação genital masculina e ainda pior a allah, qu no islam nunca mais pode ter filho, familia, amigos, e por fim , nem fala nem espírito.Isto é uma maneira simples de falar mas que diz tudo.

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