Damasco tenta emendar declarações de ministro sobre armas químicas
O regime sírio tentou hoje emendar as recentes declarações do ministro dos Negócios Estrangeiros sírio sobre o uso de armas químicas «no caso de agressão externa», afirmando que o ministro apenas respondeu a «acusações falsas» sobre armas de destruição maciça.
«A afirmação do ministro dos Negócios Estrangeiros foi apenas uma resposta a acusações falsas sobre armas de destruição maciça (ADM) e uma explicação das linhas base da política de defesa», disse hoje no Twitter o porta-voz do ministro Jihad Makdissi, segundo a CNN
Em conferência de imprensa na segunda-feira, Makdissi dirigiu-se especificamente à imprensa estrangeira afirmando em inglês:
«Quaisquer stocks de ADM ou outras armas não convencionais que a República Árabe da Síria possua nunca seriam usados sob circunstância alguma contra civis ou contra o povo sírio durante esta crise, independentemente de como esta evolua», disse Makdissi.
«Todos os stocks destas armas que a República Árabe da Síria possui estão monitorizados e guardados pelo exército sírio. Estas armas destinam-se a ser usadas só e estritamente no caso de uma agressão externa contra a República Árabe da Síria», acrescentou.
Hoje, o regime acusou alguns media de descontextualizarem as afirmações de Makdissi e de as apresentarem como uma «declaração de posse de armas não convencionais».
«O ministro disse que o obejctivo da declaração e da conferência de imprensa não era fazer uma declaração, mas sim responder a uma metódica campanha dos media contra a Síria para preparar a opinião pública mundial para a possibilidade de uma intervenção militar sob a falsa premissa das armas de destruição maçica (à semelhança do que aconteceu no Iraque) ou da possibilidade de uso dessas armas contra grupos terroristas ou civis», escreveu hoje a agência noticiosa oficial Syrian Arab News Agency.
O Exército Livre da Síria (ELS), no entanto, afirmou que o regime deslocou stocks de armas químicas há cerca de 15 dias, citando fontes de informação no seio do regime.
O ELS é composto, sobretudo, por soldados que desertaram das forças do presidente Bashar al-Assad.
Parte das armas foi transferida para a costa síria, enquanto a outra parte foi transferida para aeroportos situados ao longo da fronteira sul, disse à CNN o coronel Mustapha Sheikh, do ELS.
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